Quando a tristeza não tem motivo — e mesmo assim pesa
- Edvaldo Bratifich
- 5 de ago.
- 2 min de leitura

Você acorda, o dia está bonito, o trabalho está em dia, ninguém brigou com você — mas ainda assim, alguma coisa pesa. É como se a alma tivesse tomado chuva, mesmo com o céu azul lá fora. A verdade é que nem toda tristeza tem data marcada, justificativa pronta ou legenda de autoajuda que dê conta.
Às vezes, a gente só sente. Sem explicação clara. Sem trauma recente. Sem “motivo” no sentido que o mundo cobra. E isso não torna o sentimento menos legítimo.
Vivemos em uma época em que precisamos justificar até a dor. “Mas você tem um emprego”, “mas tá com saúde”, “mas tem tanta gente em situação pior”… E cada “mas” vira uma camada de culpa em cima do que já está difícil de sentir. Como se fosse proibido estar mal sem boletim de ocorrência emocional.
Só que o emocional não funciona assim. O que você sente pode vir de silêncios antigos, de vontades engavetadas, de exaustão acumulada ou de um esgotamento que você aprendeu a ignorar pra continuar sendo funcional. E, com o tempo, isso cobra um preço. Às vezes, em forma de tristeza sem nome.
O mais cruel é que essa tristeza “sem motivo” costuma ser a mais solitária. Porque você mesmo começa a se sabotar, pensando:
“Será que tô exagerando?”
“Será que é preguiça?”
“Será que eu só preciso me esforçar mais?”
E a resposta, muitas vezes, é: não. Você só precisa ser ouvido.
Não precisa esperar tudo desmoronar pra buscar ajuda. Nem precisa ter uma grande tragédia pra fazer sentido procurar apoio. O cuidado emocional também é pra quem parece estar bem por fora, mas está afundando em silêncio por dentro.
Se esse texto tocou em algo que você sente, talvez seja o momento de olhar com mais carinho pra isso. Conversar com um profissional pode ser o primeiro passo pra entender o que essa tristeza silenciosa está tentando dizer.
Se você está em Bauru ou região e sente que precisa de um espaço seguro pra isso, aqui no consultório acolho pessoas que estão vivendo exatamente esse tipo de dor difícil de explicar. Sou psicólogo em Bauru e sei que, muitas vezes, o que mais precisamos não é de respostas imediatas — mas de escuta, presença e um espaço onde a gente possa simplesmente… sentir.
Porque você não precisa justificar o que sente pra merecer cuidado.




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