Nem todo mundo teve uma infância difícil.
- Edvaldo Bratifich
- 11 de set.
- 2 min de leitura
Mas todo adulto carrega feridas que ninguém vê.

A infância costuma ser pintada como esse lugar quase mítico onde tudo deveria ter sido bonito, leve e cheio de afeto. E quando alguém diz que “não tem do que reclamar da infância”, é quase como se estivesse fora do direito de sentir dor. Mas a verdade é outra: não é preciso ter passado por grandes traumas para carregar feridas emocionais profundas.
Muita gente cresceu ouvindo: “Você tinha tudo”, “Seus pais te deram o melhor”, “Você era uma criança boa, estudiosa, quieta”. E aí, quando na vida adulta surgem crises de ansiedade, relacionamentos difíceis ou uma tristeza sem nome, vem a culpa:“Eu não posso reclamar. Minha infância foi tranquila.”
Mas crescer “em paz” não significa crescer inteiro.
Às vezes, o que machuca não é o que aconteceu — é o que não aconteceu.
Faltou escuta.
Faltou presença.
Faltou alguém que dissesse: “tá tudo bem chorar, sentir, errar, ser imperfeito.”
A dor de quem foi bom demais, comportado demais, silencioso demais também precisa de lugar. Porque, muitas vezes, essa mesma criança cresceu se adaptando tanto às expectativas dos outros que aprendeu a ignorar as próprias necessidades.
E hoje, esse adulto vive no piloto automático: funcional, educado, produtivo — e exausto por dentro.
O mais curioso?
Boa parte dessas feridas nem aparecem em histórias contadas, mas sim em sintomas sutis:
Ansiedade sem motivo claro
Medo de decepcionar
Dificuldade de dizer “não”
Necessidade de agradar todo mundo
Autoexigência sem trégua
Se você se identificou com algo aqui, talvez esteja na hora de olhar com mais cuidado pra sua própria história. Não pra encontrar culpados. Mas pra se encontrar.
Nem sempre dá pra fazer isso sozinho. E tá tudo bem não dar conta.Se você está buscando um espaço de acolhimento e escuta — sou psicólogo em Bauru e atendo pessoas que, como você, sentem que tem algo lá dentro pedindo cuidado, mesmo que não saibam exatamente o quê.
Aqui, você pode chegar com suas dúvidas, seu silêncio ou sua vontade de entender o que está doendo.E juntos, a gente começa a costurar esse afeto que talvez tenha faltado — e que agora, na vida adulta, você tem todo o direito de receber.




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